O presidente da Federação das Apaes do Estado de Minas Gerais (Feapaes-MG), Eduardo Barbosa, ministrou uma palestra sobre a concepção, os desafios e as possibilidades da Escola de Pais, durante o curso Escola de Pais – Estratégia para defesa de direitos, no dia 31 de agosto. A Escola integra uma das ações complementares da Feapaes-MG, de apoio à família para lidar com questões relacionadas aos diversos estágios de vida da pessoa com deficiência. Realizado no Instituto São Rafael, em Belo Horizonte, o encontro contou com a participação de setenta profissionais, entre diretores, psicólogos e assistentes sociais representando trinta e três Apaes mineiras, e serviu para dar mais subsídios às Apaes que querem instituir a Escola de Pais em suas unidades.
Eduardo Barbosa destacou a importância do curso para que as Apaes interessadas na proposta construam quadros técnicos qualificados que auxiliem os pais no desempenho da sua ação educativa. 'A Escola de Pais é um local de formação, informação e reflexão dirigido às famílias. Nesse ambiente, aprendem a melhor forma de se relacionar entre si e de ajudar os seus filhos a obter um melhor desenvolvimento social', explicou.
A consultora do curso, professora Maria do Carmo Menicucci, apresentou o Plano Político Pedagógico da Escola de Pais. 'As Apaes interessadas em abraçar a Escola de Pais precisam ter consciência de que é necessário elaborar um projeto pedagógico que ofereça atividades informativas e formativas, equilibrando aspectos teóricos e reflexivos do conhecimento, disse.
Alberth Sant’anna, responsável pela unidade mineira da Universidade da Rede Apae (Uniapae), braço técnico de produção de conhecimento da Feapaes-MG, esclareceu aos interessados os pontos pertinentes à organização das aulas quanto às atividades de divulgação, matrícula, cronograma de aulas, avaliação e registro de experiências. Por sua vez, a coordenadora do programa, psicóloga Luciene Carvalhais, detalhou as atribuições e o perfil dos profissionais envolvidos com a Escola de Pais. Segundo ela, a originalidade do programa é o resgate da participação da família e a sua valorização no Movimento Apaeano.
A discussão do tema foi encerrada com uma mesa redonda composta por um grupo de mães formadas na primeira turma da Escola de Pais, na Apae de Belo Horizonte. Sob a coordenação de Eduardo Barbosa, as quatro participantes apresentaram as suas impressões e responderam perguntas da plenária. Falando da dificuldade inicial, Maria Francisca declarou que após o curso vê um futuro mais confiante para a filha. O ganho no relacionamento com a filha foi lembrado por Maria de Fátima Barbosa. Aprendi a ser mais tolerante, disse. Já para Laura Cotrin, a mãe de Robert, o medo a levava a ser distante das outras mães. A Escola de Pais me ajudou a entender os outros. Hoje, ajudo outras mães sobre os preconceitos que impedem a aceitação dos próprios filhos, falou. Para Alba Veríssimo, funcionária da Apae de Belo Horizonte, o aprendizado adquirido no curso foi uma experiência transformadora. Sou uma pessoa diferente após a Escola de Pais, afirmou.
Satisfeito com o resultado do curso de atualização, Eduardo Barbosa lembrou que a Escola de Pais faz com que a família se sinta mais próxima da Apae. Em curto tempo, o curso ajuda as famílias na defesa dos direitos das pessoas com deficiência, que passa a vislumbrar novas oportunidades, concluiu.