Fonte: Maria Amélia Vampré Xavier
O QUE ACONTECE NA SALA DE AULA – OU COMO
LIDAR COM O CURRÍCULO
Extraído de
www.unicef.org - teachers talking
Observações da UNICEF sobre processos educacionais em relação a currículos
Texto extraído e traduzido do inglês de material da UNICEF, digitado em São Paulo por Maria Amélia Vampré Xavier, Rede de Informações Área Deficiências Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo, Fenapaes, Brasília (Diretoria para Assuntos Internacionais), Rebrates, SP, Carpe Diem, SP, Sorri Brasil, SP, Inclusion InterAmericana e Inclusion International, em 5 de outubro, 2009.
Nestes tempos modernos, fim da primeira década do século 21, a preocupação com nossas crianças é muito grande, principalmente em nosso esforço de pais e amigos de procurar garantir de todas as formas uma educação de qualidade para elas, já que serão as detentoras do poder em alguns anos que chegarão rapidíssimo!
As questões relacionadas ao Currículo desempenham papel central quando se trata da Convenção dos Direitos das Crianças. Vamos hoje transcrever abaixo algumas observações feitas pela UNICEF a respeito de currículos, pois, ao aprendermos juntos sobre o que pensa essa grande organização das Nações Unidas que se ocupa das crianças, estaremos contribuindo de alguma forma para melhorar as condições de ensino no Brasil.
O currículo, ou o que acontece na sala de aula, desempenha um papel central na Convenção dos Direitos da Criança. Aqui o currículo é definido para incluir o conhecimento, as habilidades, valores e processos que constituem educação primária. Cada um destes pontos será discutido, dando exemplos ilustrativos já que não é possível ter abrangência num documento tão curto.
Conhecimento. Toda criança tem o direito à essência da educação primária. Isto é: à linguagem (leitura e escrita), aritmética e ciência básica, que inclui ciência natural, ciência social e habilidades da vida. Todas as crianças devem também aprender quais são os seus direitos e as responsabilidades associadas, em termos muito simples e práticos. Por exemplo, as crianças devem conhecer quando o trabalho se torna arriscado e explorador, devem compreender o que abuso essencial significa e porque deve ser evitado, as crianças devem se sentir bem em relação a seus corpos e compreender que teem o direito de não terem o corpo sexualmente abusado por qualquer pessoa.
Habilidades. Toda criança deve aprender habilidades básicas tais como aritmética e alfabetização, que servem como base para muitos outros aprendizados. Além disso, as crianças devem aprender habilidades sociais, incluindo demonstrar respeito por outras pessoas e como resolver conflitos. Embora habilidades relacionadas à vida fossem mencionadas acima, especialmente no que se refere à ciência, elas também devem ser consideradas sob habilidades sociais. Exemplos poderiam incluir como lidar com dinheiro dentro do sistema bancário local ou responder ao telefone.
Valores. Existem alguns valores essenciais que são de natureza global.
Por exemplo, todas as crianças devem compreender o que os direitos humanos querem dizer e como estes podem ser descritos e reconhecidos em linguagem simples, usando exemplos que são comuns na vida diária e na experiência daquela criança. Entre esses valores está a importância do respeito, que deve ser evidente na interação entre os colegas, por exemplo.
Outros valores globais incluem honestidade e responsabilidade. Outro valor chave é o direito à privacidade, que deve ser compreendido por crianças e respeitado por professores e outros líderes educacionais.
Processos. Como conhecimento, habilidades e valores são transmitidos é uma parte tão importante do currículo como o que acerca deles é aprendido. Porque, de fato, o processo é parte do que é aprendido. O aprendizado deve ser centrado na criança, usando abordagens que são apropriadas a / e contribuem para o nível de desenvolvimento e as capacidades das crianças.
Porém os processos são muito mais do que isto. Dentro do ambiente de aprendizado as crianças devem ser capazes de expressar suas opiniões, pensamentos, e idéias – participar plenamente; associar-se com liberdade; as crianças devem se sentir confortáveis sobre o que são, de onde vêem, seu gênero, e no que acreditam. As crianças precisam que lhes dêem dignidade. Sem este tipo de ambiente de aprendizado, as crianças não desenvolverão auto-estima que é essencial para a tomada de decisões durante toda a vida. Os processos educacionais também podem ajudar as crianças a desemvolver um senso de auto – disciplina que as ajudará a perseguir as suas metas durante todo o seu tempo de vida. O ambiente de aprendizado também deve reconhecer que as crianças teem direito a alegria, a brincar, a ter lazer. Estas atividades também fornecem excelentes modalidade de aprendizado.
As crianças devem estar em ambientes livres de violência mental e física. Isto pode significar que países que permitem castigo corporal podem precisar fazer uma revisão cuidadosa de suas linhas mestras. As crianças com menos de 15 anos de idade, não devem ter seu aprendizado redirecionado devido a envolvimento em hostilidades. A educação pode contribuir para a recuperação física e psicológica de crianças que tenham estado submetidas a estresses pouco comuns.
Considerando tudo que foi dito acima, o que as crianças aprendem e como são ensinadas devem estar apropriados a seu desenvolvimento e vinculados à sua própria experiência, a fim de que a educação abra novas avenidas para exploração e aprendizado em vez de alienar crianças de sua história e sociedade. A visão emergente do desenvolvimento infantil é especialmente importante aqui.
Pesquisa recente sugere que o desenvolvimento infantil não é um processo linear idade/estágio. A contrário, as crianças teem capacidades múltiplas, que se desenvolvem diferentemente em relação a como se relacionam com seu ambiente. Isto indica que as crianças desempenham um papel chave em seu próprio desenvolvimento, sugerindo que suas ações, sua participação, devem ser tratadas com muita seriedade e com suavidade. A pesquisa também sugere que as várias capacidades se desenvolvem diferentemente em diferentes ambientes, indicando a importância de opções de aprendizado flexíveis e a aceitação de uma ampla gama de sites de aprendizado e ambientes de aprendizado, incluindo o lar e a comunidade, bem como escolas convencionais.
Traduzido do inglês e digitado em S.Paulo por Maria Amélia Vampré Xavier, Rede de Informações Área Deficiências, Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social de S.Paulo, Fenapaes, Brasília (Diretoria para Assuntos Internacionais), e entidades parceiras em 5 de outubro, 2009.